*a imagem é meramente ilustrativa. Cada indivíduo é único e pode apresentar características diferentes um do outro, inclusive não apresentadas nesta imagem.
É fácil e normal ouvir esta frase
quando se está numa situação confortável, mas quando se trata de uma situação
como a minha, um filho com transtorno do espectro autista (no nosso caso, Síndrome de Asperger), tudo pode mudar.
A família das pessoas com este
diagnóstico se esforçam ao máximo para que elas se desenvolvam e, o que não
deveria de ser, que a sociedade compreenda que suas dificuldades nada têm a ver
com a falta de educação.
A dificuldade em entender e expressar emoções, a dificuldade nas regras sociais, interesses limitados, rigidez e o baixo nível de tolerância à frustração que muitas vezes se confunde com teimosia e indisciplina, fazem parte
do rol de características que podem ter pessoas com autismo.
É muito fácil julgar quando não
se participa do dia a dia destas pessoas. São terapias, medicamentos e muito
esforço das famílias e das próprias pessoas para que fiquem mais parecidas com
esta sociedade da qual TODOS fazemos parte. Será que isto é certo? Sempre me
questiono.
Outro dia lia um texto da Giselli
Zambiazzi sobre o que é trivial nas nossas casas e nas demais casas da
sociedade. Na minha casa é trivial meu filho ficar nervoso e nos acusar sobre o
mau funcionamento da internet. Isso não é falta de educação, isso é rigidez de
pensamento e não vai se resolver colocando-o de castigo (sem o computador)
porque na próxima oportunidade ele vai nos acusar novamente. Qual a melhor
maneira de agir? Ignorar e aguardar o “obrigado” vir do quarto dele como se
alguém tivesse deixado de usar a internet para deixá-la livre para ele, como
aconteceu ontem.
O que eu quero dizer com tudo
isso? O mesmo que a Giselli disse em seu texto: “Perguntar é permitido. Querer
entender é bem vindo. Julgar e condenar, não.”
Ouvir isso no final de mais um
ano de muita luta, mas de muitas conquistas, me fez repensar o meu empenho como
mãe. Teria sido incompetente?
Por uns instantes me peguei
angustiada por não ter conseguido ainda ajudar meu filho superar esta rigidez
de pensamento, que muitas vezes assusta, assim como me peguei triste por ainda
não ter conseguido conscientizar as pessoas da minha própria família sobre as
tais trivialidades.
Pelo viés da educação, me peguei
pensando que fiz o que foi possível, afinal, educar depende “do jeito” daquele que
aprende. Educar é uma via de mão dupla que tem sempre o emissor e o receptor, e
tudo depende de como o cérebro funciona.
De tudo isso, só me resta dizer
que antes de julgar alguém, coloque-se no lugar. Já compararam o esgotamento
das mães de autistas ao de soldados de guerra. E eu não quero ir para a
guerra...