“[...] a reflexão parte da observação apurada da realidade
da escola e de seus problemas, para posteriormente, os professores, o
coordenador, o gestor, os funcionários, os alunos e comunidade buscarem alternativas para que a unidade escolar possa garantir, a todos, o
desenvolvimento de sua aprendizagem.” (SOUZA, 2009, p.50)
Não deixem de assistir...
http://www.youtube.com/watch?v=LKYWP_0k7XY
A falta de identidade dos alunos da EE Profa Ana Rita
Godinho Pousa com o local da escola e onde residiam, impulsionou um grupo de
professores do Ensino Médio a participar do projeto "O Ribeirão das Anhumas na Escola” em
parceria com a UNICAMP.
De “valeta” o Ribeirão das Anhumas passou a ser considerado um importante afluente, que corta a cidade de Campinas, do Rio Atibaia. De meros “transmissores” de conhecimentos, os professores passaram a mediadores, de “cientistas”, os pesquisadores da UNICAMP passaram a colegas e mediadores, e a escola um local de encontros, discussões e muito aprendizado a partir de aulas com metodologias diferenciadas e que “ouvia” a voz de todos os envolvidos.
Foi, definitivamente, a gestão democrática estabelecida que propiciou os quatro anos de uma história que fez a diferença na comunidade escolar e que resultou em professores pesquisadores de sua própria prática e alunos críticos e muito interessados em atuar como verdadeiros cidadãos, preocupados em propor soluções para o bairro onde moram e a escola se insere e em cobrar das autoridades competentes ações que pudessem de fato mudar a realidade que estavam inseridos.
O Currículo do Estado de São Paulo se tornou obrigatório logo no início do projeto e foi considerado, adaptado e complementado ao longo daqueles quatro anos de muito conhecimento contextualizado e interdisciplinar construído.
As reuniões semanais do projeto envolviam a elaboração de atividades interdisciplinares e específicas de área do conhecimento a serem desenvolvidas em sala de aula e trabalhos de campo pelo bairro, reuniões com a comunidade, reuniões com o Secretário de Meio Ambiente de Campinas, a formação de alunos “monitores ambientais”, discussões sobre a aprendizagem dos alunos, e, principalmente, a proposição de metas a serem atingidas.
Os alunos, por sua vez, participavam ativamente, colaborando com os saberes que traziam “de casa” e participando de “casos simulados”, nos quais se discutiam “problemas” que afetavam a comunidade e a escola e ações eram propostas.
Ao final do projeto, tínhamos quatro mestrados e seis
doutorados em andamento. Vários alunos matriculados em universidades públicas,
vinte monitores ambientais formados, uma escola muito organizada, alunos da educação especial realmente inseridos na escola e na sociedade e, principalmente, a sensação
de dever cumprido.
Projeto
Ribeirão das Anhumas na Escola. Disponível em https://ead.ige.unicamp.br/anhumas/principal.php
Acesso em 16/05/2014.
SOUZA, F. D. Análise do Projeto
Político-Pedagógico: o movimento em direção a uma escola inclusiva. 2009. 158
fls. Dissertação (Mestrado em Educação) Programa de Pós-Graduação em Educação.
Universidade Estadual Paulista – Marília, 2009. Disponível em: http://goo.gl/YlZwC0. Acesso em: 16/05/2014.